A avó permitiu que atrasássemos este dia ... que o teu coracaozinho se enchesse mais de amor e o nosso se preparasse para te ver fugir um pouco do nosso colo.
Achava que estava preparada. Acordámos felizes, enquanto atrasaste a hora de ir para a escola com uma preguiça de mil voltas na cama ...
Chegámos e o meu coração começou a encolher-se ... Abrimos a porta, a sala estava bonita, colorida. Os teus olhos brilharam. Um colo novo estava à tua espera ... aquele que queremos que seja tão quente e doce como o nosso.
Os outros meninos a ambientar-se...cada um à sua maneira ... Questionamos “porque tem de ser assim?” ao mesmo tempo que pensamos “vai ser tão bom para ti”.
Não, uma mãe nunca está preparada para este dia. Pode fingir estar. Nunca se está preparado para imaginar o nosso filho olhar em volta e não reconhecer uma cara. Não conhecer o cheiro das coisas. O toque das coisas. Tudo novo. Se no primeiro impacto a novidade pode ter muita graça e interesse , no momento seguinte, quando já não estivermos lá, não vai ser assim.
O que consola o meu coração é que esse espaço, esses rostos, essas crianças, esses colos se vão tornar a cada dia mais teus. E o cheiro, o toque, as vozes , os sorrisos, ... tudo se vai tornar familiar. Tudo se vai tornar teu.
Enquanto isso, os pais fingem que está tudo bem ... porque não está ...
Depois de duas horas na creche, dormi a sesta contigo ... queria que me sentisses ali ...
Cresce meu Amor. Devagar. Ama muito. E os lugares e as pessoas que forem teus, vão ser sempre nossos também!
