sábado, 29 de agosto de 2015

A Frescura do Mercado

Sábado é dia de ir ao Mercado! É dia de fruta fresca na mesa, legumes coloridos e flores novas na jarra da sala!
Desde a minha infância que me habituei a ir ao Mercado com a minha mãe e a minha madrinha, era o ritual de sábado de manhã. Ir a cada banca comprar um produto diferente, como se fosse nosso dever ajudar todos os comerciantes.
Quase todos estão lá desde que eu era pequena ... com mais rugas, mais cansados, mais tristes pois o negócio está fraco ... mas sempre com o sentimento de "este lugar será meu até que Deus me deixe". E é bonito ver esta entrega. Uma entrega que começa nas plantações lá de casa ou da pequena quinta, ou casal, como lhe costumam chamar.
Decidi seguir os passos da família, comprei a minha cesta de verga colorida e sempre que posso é no mercado que compro a fruta, as flores, os legumes, o pão em forno de lenha que vende a senhora do café e a carne no talho de confiança da família. Afinal o mercado tem quase tudo, e de boa qualidade. O fim de semana para mim não é para ir ao supermercado, é para comprar nas bancas de pedra, onde o ar e o sol entram de um lado da praça e saem do outro ... e se respira a vida das pessoas!
Jovens encontram-se poucos, as pessoas até acham graça ver um casalinho novo de cesta na mão. Mas ao mesmo tempo ganham a esperança de que tudo mude e as bancas voltem a precisar de estar cheias para dar resposta aos pedidos dos clientes. Eu também tenho essa esperança!
Compro legumes e fruta à vendedora mais jovem da praça, a banca da Carina, que tem um grande casal, como lhe chama ... e seguiu a tradição da família. E é feliz. E faz-me feliz ver que há jovens que têm coragem de fugir às estatísticas e escolhem caminhos tão bonitos e dignos. E se são frescos os produtos da sua banca: courgetes, pepinos, alho francês ... e as uvas ... hum que maravilha. "Pode servir-se à vontade" e depois é só dar o saco para ser pesado numa daquelas balanças antigas. 
Passo no café, bebo o meu carioca e compro o pão. A cesta já vai meio cheia. Passo para o piso de baixo e o senhor da boina vende-me os queijos mais deliciosos: frescos, secos ou amanteigados.
Um pouquinho ao lado, as minhas vendedoras preferidas, as com mais histórias para contar ... pois têm mais rugas e a face queimada do sol. Mas rugas bonitas, rugas de uma vida de trabalho, rugas de sorrir e dizer " Bom dia menina, o que vai ser hoje?". Tenha a menina vinte ou sessenta anos. São as senhoras da fruta e dos legumes mas que me trazem as flores do terreno lá de casa ... as flores campestres que eu adoro! Flores das quais tantas vezes não sei o nome ... levo o meu molhinho, tal como elas acharam bonito compor! Uma vezes uma flor de cada "naipe", mas que em conjunto cheiram a campo e dão alegria à minha sala.
E é assim, semana após semana ... a cesta está sempre à espera!





Mercado Municipal do Cartaxo.

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