Chegam os dias em que apetece ficar na cama, mesmo acordado, no quentinho dos lençóis. Os dias em que nada paga o café pela manhã na chavena grande, com as meias de dormir ainda calçadas e as mangas puxadas até tapar a ponta dos dedos. É como se o café nos desse um abraço e reconfortasse a alma.
Chegam os dias de apanhar folhas de Outono com os pequenos e fazer pinturas.
Chegam os dias de começar a sonhar com o Natal, com as decorações, os papeis de embrulho, as etiquetas e as bolachas de gengibre e canela.
Chegam os dias de pensar em receber os amigos no nosso lar e deixar as esplanadas.
Chegam os dias de irmos às castanhas, no canudo de jornal, ou à fartura da festa da terra.
Chegam os dias da euforia trocada pela solidão que sabe bem. A solidão da família e dos amigos que são família.
Do leque trocado pelo esfregar das mãos.
Do cocktail fresco pelo chá e o café.
Chegam os verdadeiros dias de Outono!
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