domingo, 20 de novembro de 2016

CASA CHEIA


Deixei a mesa, as velas e o vinho preparados. A lista do que havia a fazer!
Quando cheguei já alguns cozinhavam juntos, como se estivessem em sua casa. E estavam.
As crianças brincavam no restrito espaço livre de um apartamento, como se se tratasse de uma grande casa de festas. Estavam felizes! Juntos! 
Do topo da mesa, emocionei—me quando finalmente TODOS nos sentámos e arrepiei—me quando olhei para cada cara. Via—se a felicidade nos olhos e no sorriso.Só por estarmos juntos! Tinhamos necessidade deste aconchego.
Não precisavamos de perguntar quem tinha cozinhado o quê. Conhecemos a cor, o aspeto e o aroma do cozinhado de cada um de nós.
Falámos do passado. Falamos sempre! É do passado que vem a nossa história.
Todos rimos à gargalhada do que cada um dos outros diz, porque achamos realmente graça, mesmo que não tenha graça nenhuma. Mesmo que já tenhamos ouvido aquela história mil vezes.
Recordamos pessoas que já não estão. Mas estarão sempre.
Discutimos assuntos sérios, sempre com uma esperança no futuro.No futuro daquilo que somos juntos.
Provamos as experiências gastronomicas uns dos outros e damos o nosso aval para futuras repetições.
Sinto que todos se sentem em casa e tenho a prova viva de que pequenos e graudos estamos juntos e cumplices para a vida!
Somos um bando! Temos um pacto! Voltamos sempre ao mesmo lugar e não nos traimos.
Foi por isto que quando me perguntaste "Estás feliz?" eu respondi "sim, gosto de ter a Casa cheia!".

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