Cheguei a tempo de fotografar o meu espantalho, que me procurava de olhos inquietos no meio da multidão. Consegui chegar a tempo... e ver os seus olhos brilhar!
Como todos os anos as palhaçadas do costume. Jantares, brindes, risota, euforia. Tentamos sempre marcar a diferença nalgum detalhe.
A vergonha que tinha há uns anos vai—se substituindo pela irreverência. A opinião dos outros é cada vez menos importante. O importante é viver segundo aquilo que dita o meu coração. O importante é rir e fazer rir. Imaginar as gargalhadas da minha mãe.
Este ano o coração ditou que me haveria de mascarar e invadir a escola dos mais pequenos. Um Dr.Palhaço. Foi uma promessa "Se te vestires de palhaço a tia também se veste". E assim foi. Ele não acreditava, não levantava os olhos para me olhar quando soou a minha buzina e perguntei se haviam palhaços na sala. A minha voz não o convencia.
Maravilhoso o olhar daquelas crianças, o adeus constante, como quem pede "repara em mim palhaço, como estou bonita". Brincaram tanto ... como se aprende a brincar tão cedo ... "meu Deus, como cresceste". O outro ri, ri no quentinho do seu disfarce. Para o ano já andará a correr também...
Auscultei um por um, faziam fila ordeiramente. Os corações batiam depressa ... nem precisava de os ouvir.
Estavam todos de perfeita saúde, Felizes! Como eu!
Feliz por não ter vergonha de fazer os outros sorrir. Rir de mim! E isso é maravilhoso!
Feliz por não ter vergonha de fazer os outros sorrir. Rir de mim! E isso é maravilhoso!
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